segunda-feira, 12 de julho de 2010
pecado da gula
segundo as tradições cristãs, a gula é um dos sete pecados capitais, e está relacionado com o egoismo humano e o querer mais e mais, sem que a pessoa se contente com o que tem. seria controlado pela temperança, uma das virtudes humanas, que consiste em "moderar a atracção dos prazeres, assegura o domínio da vontade sobre os instintos e proporcionar o equilíbrio no uso dos bens criados.
Pois perante uma sobremesa destas, não há quem se segure para evitar cometer pecado. se mais houvesse, mais se comia. o domínio da vontade sobre os instintos só é mesmo controlado no momento em que as fatias se esgotam e assim se acaba a tentativa de prolongar o prazer. não há equilibrio possivel.
a pavlova é uma sobremesa feita à base de merengue, e diz-se que foi criada em homenagem à bailarina Anna Pavlova numa tour que fez nos anos 20 pela Australia e pela Nova Zelândia. onde foi criada e a origem do seu criador são motivos de discussão entre os dois países, embora fontes levem a considerar a Nova Zelândia como a origem da sobremesa. Eu não sabia disto quando salivei de forma quase automática a ver a confecção desta receita pela Nigella, já não me recordo se antes ou depois de ir à Nova Zelândia. A verdade é que não comi nenhuma pavlova na Nova Zelândia, nem me lembro de as ver por lá. Mas também se as visse, duvido que lhes desse atenção pois nunca achei piada aos suspiros e esses doces feitos com merengue.
mas da forma como salivo de cada vez que penso nesta sobremesa, para mim não podia ter outro nome se não pavlova, inspirado nas descobertas de Pavlov e nas experiências em torno da capacidade de salivar perante determinados estímulos.
E não descansei enquanto não experimentei a receita. de cada vez que a faço, tremo por dentro. não quero que nada falhe, para me poder deliciar com todo o prazer que antecipei até ao momento de pôr uma garfada na boca.
e pronto: comete-se o pecado pelo verdadeiro prazer da gula!
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