sábado, 29 de agosto de 2009


Acho incrivel o "poder" do efeito "fim de semana". Eu cá estou decidida a trabalhar hoje, sábado, mas a minha energia está dispersa por outras coisas que tenho vontade de fazer. Não sinto a agitação da semana na rua, está tudo mais calmo, consigo ouvir as avionetes no céu algures perto. Talvez este seja o cenario ideal para quem se quer concentrar. Comigo nao funciona. E sendo assim, num dos vários intervalos que vou fazendo ao trablho à procura de controlar o meu foco atencional, decidi inventar uma sobremesa rapida. Cá está: Trifle de pêra. Ficou lindo!!

Pronto, foi o suficiente para voltar ao trabalho satisfeita.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

o Jornal de Letras e os quiosques de Braga

De vez em quando gosto de comprar o Jornal de Letras. E sobretudo gosto de o comprar e de o ler na rua enquanto regresso a casa. Hoje era um desses dias. No início da rua do Souto, junto ao Arco da Porta Nova em Braga, há um quiosque. Parei e perguntei: "tem o Jornal de Letras?" do outro lado do balcão o senhor respondeu: "Nao e espero não ter nunca! Vem algum artigo que lhe interesse?" Imediatamente me questionei sobre tal reacção. Das duas uma: ou tinha havido algum situação aborrecida com o jornal ou alguem ligado ao jornal, ou nao se vendiam. Confirmou-se a segunda hipotese. Lá continuei. Mais a cima da rua entro noutro quiosque. "Tem o Jornal de Letras?" Respondeu-me a senhor muito gentilmente: " Nao menina, nunca tivemos. Nao vendemos esse." Nunca me tinha apercebido que o Jornal de Letras era um jornal "raro". Costumo comprá-lo no quiosque ao lado da Universidade sem qualquer problema ou comentário. Já quase tinha decidio desistir de comprar o jornal, quando voltei a arriscar no quiosque bem na avenida central. "Tem o Jornal de Letras?". Pronto, aqui a conversa foi bem mais estranha. "Tenho menina. Só vendo a certas pessoas." Fiquei confusa. Respondi: "é pouco procurado o Jornal?" "A menina é professora?" Esta conversa estava a deixar-me muito confusa. Lá respondi que não, que fazia investigação e quase contava a minha historia ao senhor do quiosque, ali em 3 segundos, nao fosse o meu estado de confusao. E além disse o senhor antecipou-se e começou a dizer umas coisas estranhas. Não entendi bem o porquê daquela conversa, mas disse-me que dizia coisas que aconteciam a seguir. A mulher dele diz que ele é ruim. Ele acha que nao. Só uma pessoa boa pode saber essas coisas. O sobrinho foi picado por um galo no olho, tal como ele tinha avisado. A mae morreu queimada, também tal como ele tinha previsto. O irmão está no Brasil. O senhor tinha algumas expressoes brasileiras. E ainda me perguntou se tinha tempo para mais umas histórias. Mas eu nao tinha.

Não sei porque é que o senhor teve estas conversas comigo. Se calhar foi porque lhe disse que me tinha formado em Psicologia. Mas eu acho que foi mesmo por ter comprado o Jornal de Letras.
"Quando quiser comprar o jornal venha cá", disse-me o senhor.

Obrigada. Agora sei que há uma relaçao estranha entre o Jornal de Letras e os quiosques de Braga. Mas ainda não sei porquê.

terça-feira, 5 de maio de 2009

O que estou a ler

Breves Notas Sobre Ciência, de Gonçalo M. Tavares

" Não há conceitos incorrectos.
Cada conceito é uma invenção da linguagem, uma tentativa de aproximação da linguagem às coisas.
Não há invenções incorrectas.
Não há invenções falsas como não há conceitos falsos.
Verdadeiro e falso não são categorias aplicáveis aos conceitos.
Útil e inutil sim. Aceite por muitos e aceite por poucos, sim.
Todas as invenções são verdadeiras (nao te esqueças)"

Efeito revitalizante

Adoro o efeito revitalizante da natureza! Este fim de semana estive no "EntreSerras, um micro festival de vivências e diversidades" (http://entreserras-microfestival.blogs.sapo.pt/) na serra da Arada. O pouco tempo que lá estive foi verdadeiramente revitalizante! São momentos como estes que me fazem carregar energias, que me devolvem parte da minha essência como quem diz "encontra-te!". Verdadeiros prazeres de viver. O carro pára para um rebanho passar. Ou para passarem umas vacas com ar respeitador. Se por acaso vem um carro atrás, nao se importa de esperar também. E ainda espera por um registo fotografico do cenario. Não há businas. Não há pressas. Também nao há rede de telemovel. Mas nao nos sentimos sozinhos. Nem perdidos. Quase nao há luz. Basta a fogueira e pouco mais. Volta-se a contemplar o céu e as estrelas. De olhos no céu ou de rabo para o ar a tentar descobrir uma especie de besouro aquatico. A imensidao do céu e a infima realidade do mais imperceptivel insecto encontram-se. E assim a natureza nos ensina a relativizar o nosso quotidiano. Incrivel... Incrivel o poder da natureza, incrivel como nos esquecemos de pequenas coisas tão mais importantes do que aquelas com as quais nos martirizamos. Incrivel como nos esquecemos de ter uma boa vida. Incrivel como perdemos tão facilmente a capacidade de contemplar...

As joaninhas comem o pulgão. Onde há joaninhas há pulgões. Vimos a Joaninha mas nao encontramos o pulgão.

quinta-feira, 2 de abril de 2009

Freesia

Hoje fui ao mercado comprar flores. Nesta altura tenho encontrado uma flores que adoro! Nunca me lembro do nome. Não conheço flores com um perfume assim! Quando entro em casa, sente-se esse perfume. É forte mas não enjoa. Aliás, é delicioso! Dou por mim a inspirar profundamente só para me deixar impregnar por esse perfume.
A senhora a quem comprei as flores deu-me um papel onde escreveu o nome das flores: fresias. "para não se esquecer!", disse-me. Guardei o papel no porta-moedas, amarrotado.
Não me vou esquecer mais!

A freesia, frésia ou junquilho é um género da família das Iridácias, constituído de várias espécies de plantas bulbosas floríferas, originárias da África do Sul, cujos cachos de flores exalam perfume agradável, e que são largamente cultivadas nos jardins do mundo inteiro. Nos jardins, seu plantio é recomendado em bordadura de canteiros, mas o resultado só será compensador se houver boa incidência de luz no local.
As espécies apresentam muitas cores, geralmente fortes, que vão desde um azul puro, passam pelo púrpura e chegam ao branco. Reproduz-se por meio de bulbos perenes. Floresce nas regiões de clima frio a temperado, normalmente no final do inverno e prossegue na primavera.

Classificação científica
Reino:Plantae
Divisão:Magnoliophyta
Classe:Liliopsida
Ordem:Asparagales
Família:Iridaceae
Género:Freesia


(fonte: Wikipédia)

Borrona Roxa

Olha um jogo que eu inventei. O que é uma borrona roxa?
a) uma borracha roxa...
b) alguem que se borra muito... :)
c) um marcador roxo

Uma borrona roxa é um marcador, ou caneta de feltro, de cor roxa.
Era a minha preferida para pintar as portas de madeira e as paredes da casa velha onde cresci. Adorava pintar nas paredes (e noutras superficies) com esse marcador de cor tão discreta...! A minha mãe passava-se completamente!! Tinha de andar sempre atenta e quando menos esperava já lá estavam uns sarrabiscos algures com essa cor, que, segundo ela, parecia ainda mais difícil de limpar do que qualquer outra cor. "Até o preto saía melhor!", diz ela.
A minha mãe sempre falou do "trauma" dela com a borrona roxa. Acho que há medida que fui crescendo fui tentando perceber se essa era a minha cor favorita. Não era. Sempre preferi outras como o verde, o rosa, o amarelo, o vermelho, o laranja. Roxo não. O mais proximo era o lilás. Dessa cor gostava, mas o roxo, mesmo roxo, não. Entretanto assumi, já depois dos vinte anos, que a minha cor preferida é mesmo o rosa fucsia. O rosa bebé não. O Fucsia. Já tentei perceber se me fartava dela. Mas não. Adoro rosa fucsia! Também não é roxo. É parecido... Neste ultimo ano a cor da moda foi o roxo. Ainda pior!!! Não posso ver essa cor à frente.
Mas a borrona roxa continua a intrigar-me. Acho que o trauma da minha mãe é o meu trauma também... A borrona que eu mais gostava na primeira infância era a de cor roxa. Mas nunca foi a minha cor preferida. Hum... algum significado psicológico? Talvez. Se alguém se quiser entreter com isso, por mim tudo bem. Eu cá prefiro continuar a ouvir a minha mãe a contar a história da borrona roxa.